Porto de abrigo, sim, somos o porto de abrigo, não digas que não. Corres para mim quando te sentes só, e eu corro para ti quando o mundo me abandona.
Somos o porto de abrigo um do outro, quais marinheiros do tempo, que sempre retornam ao seu porto de origem.
Sim, somos origem, ponto de partida, estado zero.
Somos a origem de nós, a origem desta magia que acontece quando nos tocamos. A leveza de saber que estamos sempre lá, ali, do outro lado do tempo.
Tempo que não existe. Sim, não existe.
Porque parece que ainda ontem senti o cheiro do teu corpo, porque parece que ainda ontem me tornei apenas teu, porque parece que ainda há pouco te cheirei.
Somos assim, sempre fomos. Sim, sempre fomos.
Não é de agora que somos assim, não. Não é desta vida, porque nós não existimos no tempo, não somos apenas agora. Somos todas as vidas de todos os milénios que já passarem e que hão de vir.
Atravessamos oceanos de tempo, e mesmo assim somos nós, não há falha, não há dúvidas, não há certezas, apenas nós e aquilo que somos quando nos tocamos.
Somos nós, e isso basta.
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