O meu coração está pendurado por um fio.
Aquele fio que amarraste quando me olhaste e sorriste.
Foi com ele que o meu coração se foi, e ficou por aí a balançar... nesse fio.
Frágil fio, que a qualquer momento pode rebentar.
Não te vi mais, quase não trocamos palavras, apenas olhares.
Tantos.
Tu olhavas-me, e eu olhava-te, sem saber muito bem o que me provocavas.
Tu mexias-te, eu estremecia na esperança que me lançasses alguma palavra.
Tu falavas, e eu calava-me para tentar entender como me podias estar a perfurar com tanta força.
Não te vi mais, não me esqueci mais.
Os teus olhos, eu não os devolvo, trouxe-os comigo.
O teu sorriso, guardei-o no meu pensamento.
Os teus cabelos e o teu perfume doce, filtrei-os e guardei-os no meu pepito.
Sempre que me dói o coração sei de onde vem a dor,
é de ainda não te poder ter encontrado de novo,
de não poder ter-te puxado e agarrado para não te largar mais.
É isso.
Tenho o coração pendurado por um fio,
com a esperança de que quando ele rebentar,
as tuas mãos possam ampará-lo.
Se uma gaivota viesse
ReplyDeleteTrazer-me o céu de lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu,
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro,
Esse olhar que era só teu,
Amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
Morreria no meu peito,
[morrer para a vida, tenho o coração pendurado por um fio - 2009]
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração.
Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse,
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.
[Tu és a Luz dos meus olhos - 2014]
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
~Adaptado do poema original de Alexandre O'Neill
:)
ReplyDeleteQue bonito!
Obrigada pelo comentário!