15.4.14

Cartas de Amor #2



Não paro de te pensar.
Não consigo conceber que de alguma forma te encontras demasiado longe das minhas mãos. Saudades de te ter nelas.
No peito encontro nada a não ser tu, sempre tu, nessa tua aura incandescente, com esses olhos penetrantes, perfuram-me sempre e todas as vezes.
Não consigo esquecer, é-me impossível. Será este o meu castigo por tamanho pecado. Este que cometi ao tentar conquistar-te, tendo eu já no meu coração outra mulher.
Mas é possivel sabes, é possível amar duas pessoas, e mesmo assim não ser pecado. Eu sei, eu sei, para muita gente é pecado talvez, mas para mim não, não faço planos para gostar. Gosto e pronto. É assim. É como é. E eu gostei-te. Tanto. E gosto-te ainda.
Vivo um dia de cada vez, na esperança de te poder ter novamente nas minhas mãos. Já te disse que estão vazias de ti. Pois que estão num vácuo de ti, já nem as sinto de tão dolorosa ausência que lhes provocas.
Sofro constantemente e todos os dias me lembro, ao acordar, que já não te tenho, que não te posso agarrar e preencher este vazio.
Mas sinto-te, continuo a sentir-te como se fosse hoje, agora. Fecho os olhos e respiro fundo, inalo o teu perfume que fica, e ele continua sabes.
Continua o teu perfume em mim e no meu corpo, todo ele me cobre como uma segunda pele, aquela que eu queria que tu me fosses.
Faço-te sólida nos meus pensamentos, e deito-me enroscado em ti e nesses teus olhos que não esqueço.
Talvez um dia, quem sabe, te (re)encontre e não te lembres de mim, para que te possa (re)conquistar.

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