Nunca mais te vi e no entanto ficaste esculpida em mim, na minha carne, no meu sangue.
Recordo a tua silhueta em contra luz, recordo a tua luz. Tão luminosa que te via. Iluminavas-te depois de nos mergulharmos, toda tu eras uma luz imensa.
Dentro dos teus olhos deixava-me cair. No início assustava-me a forma como me invadias, mas depois pedia-te que me entrasses, que me inundasses com esse teu branco. Quando sorrias tinha medo, medo de ficar preso a ti, de tal forma que não me pudesse encontrar mais, perdido que ficava. E tu tanto que me gostavas.
Quero-te ainda. Sim. Sabes, apesar de nunca mais te ter visto, a minha essência ficou deserto, ainda te quero. Muito. Tanto, que me dói.
Nunca mais respirei fundo. Aquele fundo que era nosso. Poderoso.
Ainda te espero. Paro à beira mar, vejo o pôr do sol, na esperança que ainda apreças, e me abraces. Que me digas que não te vais mais.
Ainda o tenho, tu sabes que tenho. Ele ainda está nas minhas mãos. O meu está nas tuas. Coração ensanguentado. Desatado de tudo o mais. Acorrentado a ti.
Não quero mais ninguém. Nunca mais. Ninguém. Tu. Apenas. Só.
Achei que me salvava. Achei que me lavava da consciência pesada. Achei que te esquecia. Que o empo tudo apaga. Mas ficaste. E continuas como ontem. No peito dói. Sempre.
Como posso eu apagar esta história, retirar da memória. Tenho a alma dorida de te pensar. De tanto te precisar.
Preciso que me voltes. Que me digas que não te vais.
Ver-te e respirar-te.
Para não mais deixar de amar-te.
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