Alvorada que me corta, que me arranca do peito o coração. Este que já não é meu desde que me cruzei com essas amêndoas negras. Negras. Negras são minhas noites por não poder ter-te em mim.
Somente a lembrança do calor desse teu peito. Montanhas quentes em que me deitei.
Voltarás tu, oh minha Musa. Minha Deusa. Minha Afrodite. Não te esqueço mais. Não importa o tempo que se passe em mim. Não te perco mais. Não importa, não se apaga a tua memória na minha pele.
Pele. Esta pele que te pede ainda. Por dentro, toda ela se forma em ti, para sentir-te. Absorvi-te. Minha Deusa, minha Afrodite. Dissolveste-te na minha essência.
Formaram-se todas as noites numa só. Naquela. Numa. A nossa. Formaram-se todos os sentidos. Deixou-se existir a eternidade, apenas sentida, suspensa. E nela nos abandonamos para sempre, que sempre a ela pertencemos.
Morremos.
E nada nos arrancou à nossa saudade.
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