Hoje sobram-me silêncios. Faltam-me palavras. Tantas que te queria dizer. E ficam-se por aqui engasgadas na garganta. Entaladas. A meio caminho. Escondidas no silêncio. Nos silêncios. Os que me sobram. Sobram-me. Abundam-me estes silêncios.
Hoje não se constroem. Palavras. Nada me sai a não ser este silêncio.
Hoje sobram-me promessas de te contar contos. Sobram-se por aí, sem que as consiga controlar.
Sobram-me monólogos incessantes. Silenciosos. Intermináveis.
Hoje não te falo. Olho-te. Isso é o bastante para que te diga tudo. O suficiente para que te ouça.
Silêncio. É o que me sobra. E não há som que o preencha para que te fale.
Mas não nos afastará este silêncio. Pois que no silêncio se contam as mais belas histórias. As que não se podem contar de nenhuma outra forma. Porque palavras seriam demasiadas para as dizer. As histórias.
Já os sentimentos. Esses não precisam de mais nada que não este silêncio que me sobra. Será ele. O silêncio. O melhor meio condutor deles. Os sentimentos.
Hoje sobram-me silêncios. O suficiente para que te fale sem dizer com a boca.
O suficiente para sentir a tua mão na minha.
E isso basta para que no silêncio nos oiçamos.
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