Gosto quando sorris para mim. Assim como quem disfarça uma certa timidez. Gosto-te assim. Nem muito salgada, nem muito insossa. Assim como és está bom.
Gosto de te olhar quando não me sabes por perto. É quando és mais tu. É quando te vejo por dentro. É quando não me sabes, que eu te sei, por certo.
E gosto de te saborear. Já te disse. Não. Então digo-te agora. Gosto de te saborear. Gosto de ter na minha boca, cada pedaço do teu sabor. Tê-lo todo em meu redor. Embriagar-me nele, esse sabor tão teu. Tão tu.
E gosto quando me perfuras com esses olhos. Naquele exato momento morro. Para que me vejas. É quando eu sou mais eu. É quando me entras pela alma adentro, sem pedir licença. E abres aquela porta. Aquela. Que só tu sabes. Que só tu vês. Aquela. Da qual apenas tu tens a chave. Deixo-te abri-la.
Já me sabes. Já me conheces. Mais ninguém. Apenas tu me sabes. Todos os recantos. Todos aqueles que ninguém imagina que me existem. Tu sabe-los todos. Não te escapa um.
E eu gosto tanto. Tanto. Gosto muito de ti. Gosto muito de sermos um. Num tempo, em que apenas o tempo nos sabe. Somos apenas nós assim. Até ao infinito.
Por todos os dias até à eternidade.
Gosto das pétalas, das asas da flor
ReplyDeleteGosto das folhas e do espinho
Gosto do receptáculo e do caule
Gosto do musgo que a refresca
E do orvalho que a beija
Gosto dos ramos que a elevam
Qual querubim por suas mãos ao céu
Gosto das sépalas no conjunto do cálice
Útero do botão e do fruto
Gosto das glândulas que chamam e doam
O néctar bem do fundo do fundo
Em círculos entrelaçados maiores
Sempre em expansão
Gosto do cheiro e do perfume que exala
Gosto da asa que estende até Deus
Gosto da nobreza que exalta na dança ao vento
Serpente ardente que toca os lábios
E perdoa os pecados
E me deixa mais perto
Mais perto
Mais perto
De ti
Gosto de ti
É o que mais gosto em ti
Meu amor
~Anónimo