20.7.06

A minha droga

És a minha droga…

E eu estou de ressaca…

Na lentidão da compreensão excessiva, demasiado enrolada na razão, perdi. Perdi a própria razão, a noção do tempo e do espaço…

Pela primeira vez senti a união para além do espaço físico que nos envolve, porque esta realidade é apenas matéria, apenas uma passagem, apenas uma dimensão, em que o Espírito esquece quem é, o que já foi…

Pela primeira vez lembrei-me de ti, o nosso reencontro foi tão bonito… tu disseste-me, fizeste-me lembrar das palavras que já me tinhas dito em outras vidas… ‘A minha outra metade’… Nem tu tiveste verdadeira noção daquilo que disseste, nem se quer um pequeno relance dessas palavras te fizeram acordar…

Eu despertei, mas tu continuas como estavas, foi apenas um pequeno momento de lucidez pura, apenas um pequeno acordar durante um pesado sono, sono que nos deixa os sentimentos aturdidos, e que não nos deixa recordar a beleza do amor que nos faz reais, muito mais reais que esta realidade, muito mais para além daquilo que somos aqui…

Aqui, na terra, somos simplesmente humanos, não passamos de matéria com capacidade de se sustentar, pensar, não passamos de seres vivos com noção de moral, mas completamente esquecidos do porquê desta nossa passagem neste local…

Tu acordaste-me mas deixaste-te ficar, e continuaste envolvido no teu sonho.

Eu, viciei-me em ti, nesse teu olhar que me faz sentir tão completa, tão eu mesma. Viciei-me ao ponto de quase ter vontade de morrer quando estou de ressaca, tal é a dor da alma.

És a minha droga eterna, e não existem clínicas de recuperação, apenas o amor é o remédio para esta dependência tão extrema… Apenas o amor me fará recuperar deste maldito mau estar que eu teimo em querer sentir, apenas o amor…

Apenas o amor é a única verdade sólida que eu levarei comigo, quando deixar este meu corpo e partir, partir para o nosso lugar, para o nosso mundo…

3 comments:

  1. Zana!

    Que caminhos! Não se sabe se você os constrói, ou se eles são por ti percorridos na volta para casa.
    Não importa. Há leveza no caminho. Não é um caminho de pedras, ou de árida terra. É todo ele de luz, pois que a luz tudo revela.
    Haverá, sim, um tempo de amor, se não derradeiro, pelo menos que seja todo ele vrdadeiro. É tão doce crer nisso!
    Abraço!

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  2. Que visão...mais um pequeno mundo alternativo, talvez não tão alternativo como isso, porque acaba por ser tantas e tantas vezes...o nosso mundo...
    Acabas por ser tu...
    Acabo por ser eu..

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  3. Este mundo não é alternativo... é uma dimensão pela qual tens de passar, mesmo que não queiras...

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