16.2.05

Momento de solidão

Sei que me amas, mas eu não te posso amar assim. Não te posso dar algo que não tenho para mim própria. Desculpa se alimentei qualquer tipo de esperança escondida, mesmo que reprimida. Gosto de ti? Sim! Mas não mais que isso. Não posso negar que estar na tua companhia me faz sentir bem, calma, alegre, mas não me faz sentir algo mais...

Se eu pudesse escolher neste momento? Bem, escolheria alguém que me amasse de verdade, como tu! Mas não posso! É algo que está para lá da compreensão absoluta de todo o ser, é algo que nada nem ninguém pode controlar...

Agora só quero estar assim, só quero ser eu, apenas. Estar comigo mesma e conhecer-me, saber onde caminho e porque escolhi esta direcção, quando todas as placas apontavam para a direcção contraria e eu mesmo assim escolhi a outra, dei o certo pelo incerto, e tenho que descobrir o que este caminho desconhecido ma trás...

Não sei quanto tempo estarei assim... o suficiente para estar atenta a qualquer chegada inesperada, o suficiente para conhecer como me fala o coração, e como me condiciona os movimentos adjacentes das emoções...

Tenho que partir, tenho! Preciso de ir para o meu lugar, o “Lugar da Paz”, mas sozinha...

Tenho que atravessar todo este deserto interior sozinha, para ganhar forças, para compreender o mundo que me rodeia, para entender o porquê de certas casualidades que me empurraram para este abismo do qual terei que encontrar uma saída, mas sozinha, sempre sozinha!

Momento de solidão! Não eterno, mas não demasiado efémero também... Momento de solidão pelo tempo que for necessário, para me descobrir e reconstruir tudo o que desmoronou, para descobrir Deus, e entender, talvez, o porquê de ter de sofrer tanto assim...

Ficarei “Só aqui... esperando mais um verão...” e quando ele chegar será uma nova vida, serei um outro eu, genuína, mas diferente. Diferente de todas as borradas que fiz, de todos os tropessões que dei, serei eu apenas, esperando que a esperança não desespere por esta espera desesperada, que me deixa louca neste mundo de insanidade, que me obriga a por a máscara do “Está tudo bem!”, para que ninguém me aborreça com perguntas. Mas serei sempre eu, no meu momento de solidão, mesmo que no meio da multidão...

(Sim! Este texto é para ti! Simba)

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