E a espera tornava-se tortuosa nos caminhos em que a loucura era normal.
Naqueles tempos, os loucos (aqueles que se diziam), nada fazim à conta do mal estar impregnado na alma.
Mas eis que ela apareceu, trazendo consigo um jarro de luz, daquela que não desaparece, que se estabelece nas células de quem a bebe.
Ilumiou-se quem tinha sede, quem não tinha, deixou-se ficar.
Empedreniram-se os invejosos, tentando nas suas batalhas abafar aquela luminusidade dolorosa.
Maldita, diziam. Maldita sejas tu mais a desgraça que trouxeste nesse teu jarro, que se parta, que ele se parta...
Ela continuava a dar de beber a quem lhe pedia, e contra isso eles (os eoutros), nada puderam fazer. Ainda tentaram (se bem que sem sucesso algum), partir aquele jarro, despejar o seu conteúdo, mas sempre que o faziam nada acontecia, o jarro inquebrável, e a água, aquela água espessa e luminosa, não parava de sair, e mantinha sempre o jarro cheio.
Como é possivel, choravam os desgraçados. Como será possivel que não se parta um simples barro, e que não se esvazie tao pequeno tamanho.
Choraram até secar, e transformaram-se em pedras com o tempo, pedras que se ficaram nos caminhos dos que daquela água provaram...
Por todas as gerações seguintes, sempre se repete este ritual, da-se de beber a quem tem sede, e ficam-se a chorar aqueles que não a querem, transformando-se nas batalhas dolorosas, na esperança de que aquela luz que tanto os encandeia, cesse um dia.
Ficaram assim pela eternidade, pois que a luz que cura, aquela luz que depois de se beber se instala nas células, não se apaga, não se extingue, passa de geração em geração, na tentativa de se poder multiplicar e purificar aqueles que dela têm sede, aqueles que a desejam.
No comments:
Post a Comment