12.3.14

Não há


Já não existo,
e o lugar em que me vias,
deixou de estar.

A praia já lá não está,
e as tuas mãos vazias de mim,
já não têm mais por onde procurar-me.

Já não existo,
nesse tempo que era eterno, terminou.
O ponto de encontro,
o por do sol, terminou.

Agora é a terra que me acolhe.
Morna e terna me embala,
e me consome lentamente.

Agora é o peso da lembrança
que se vai desfazendo,
comida pelo tempo.

Já não há mais nada aqui.
O tempo acabou,
A lua foi-se
e as estrelas apagaram-se.

Já não há mais palavras,
Nada delas para ti já se pode dar.

Reinventar-se-ão para outras vidas
Outras histórias
Outros tempos eternos.

Porque aqui,
Aqui já não há.

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