Terão as palavras força quando são ditas. Ou estará toda a força contida na intensão de as dizer. Força e palavras. Ditas. Ou por dizer, é mais assim.
Haverá por aí alguma relação entre elas. Falta saber onde se ligam, e onde se conduzem, para que uma possa justificar a outra. Ou melhor, para que uma possa conter a outra. Por qual ordem, falta saber.
Palavras. Ou apenas pseudo palavras balbuciadas, como que numa algaraviada desentendida, sem grande significado. Daí a dúvida. Qual a força. Onde a força. Na palavra. Na intensão de a dizer. Talvez esteja mais na intensão mesma. De as dizer.
As palavras. Na intensão de as conversar. De as levar na direcção de alguém que esteja disposto a recebê-las. Nas conversas. Recebê-las nas conversas. Profundas ou apenas casuais. Mas assumo, com alguma presunção creio, que nas conversas profundas, se estabelecerá talvez a maior força delas. Das palavras. Que é delas que falo. Com elas.
Ah monólogo incessante. Um tanto ao quanto louco até. Pescadinha de rabo na boca. Dirão alguns. Sexo dos anjos. Dirão outros.
Mas quebrar-se-ia todo o encanto de dizer palavras, e de as carregar com a força de uma intenção. Poderia dizer, Olá. Apenas. Mas essa simples palavra poderia dizer muito mais que apenas o som que a transporta. Poderia dizer o que ela se diz. Ou poderia dizer mais, carregando dentro dela a ansiedade de um, Pensava que não te voltava a ver. E nisto, a intensão tem de tudo, a maior força. Sim, lá está a força presente. Mas nada seria da força, se não fosse a intensão de a dizer.
A palavra, neste caso.
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