16.8.06

Eu arrisco, e tu?

Surpreendentemente encontro um caminho diferente de todos os outros, procuro entender o porquê deste me surgir assim, mas é difícil, prefiro então não entender mas procurar segui-lo da melhor forma, já que se mostra uma melhor alternativa a este onde caminho cansada de tudo e de todos.

Seguro nas mãos todos os meus medos, são escorregadios, teimam em escapar-se ao controlo dos meus dedos a todo momento, seguro-os com firmesa, e apesar da força com que se tentam libertar eu controlo-os.

Tenho na palma das mãos as esperanças de que este se torne numa melhor caminhada, 'Tu tens a força em ti!', sim, eu sei, tenho essa força tão valiosa, essa que me empurra para frente, tenho um pedacinho de luz, luz que me ilumina cada passo, que me mostra cada esquina da vida.

Posso não ir por ali, porque não manter-me neste caminho, que apesar de me deixar cansada é completamente previsível, aparentemente normal, igual a muitos outros. Sim, precisamente por ser previsível, precisamente por ser igual a todos os outros, é uma história da qual já quase que adivinho o seu desfecho, e não é isso que quero sentir.

Eu quero viver intensamente, não na calma de águas paradas, o mar é belo pelas suas ondas e tempestades, e eu preciso de senti-las, por isso escolho este caminho. Este do qual não adivinho nem metade do desfecho, do qual não sei se chego ao fim, mas este que me fará sentir na pele todos os segundos, todos os sentimentos, este que me fará sentir o valor da vida, e que realemente vale a pena viver por amor, este que me obrigará a ser lutadora, a procurar a sabedoria das horas, das batalhas, este que me fará uma guerreira, guerreira da paz, guerreira do amor, este que me fará auxiliadora dos mais fracos, que me mostrará o verdadeiro sentido da vida.

Qual caminho poderia eu seguir se não este. Ficar acomodada ao que tenho e não enriquecer o espírito por medo, por cobardia, nao. Isso nao. A evolução faz parte de nós, e eu quero evoluir, quero arriscar, mesmo com medo de poder cair, eu sei que tenho uma mão estendida para me voltar a levantar... Eu sei que tenho sempre uma companhia para me sustentar nas horas de maior dor, nas horas de maior dificuldade...

E tu, vais-te deixar ficar acomodado ou vais lutar pelo teu sonho, por aquilo que te faz sentir vivo?

Luta, arrisca, não te deixes ficar parado por comodismo, por medo...

Eu arrisco, e tu?

4 comments:

  1. É tua a mão nua estendida?
    Nua, mas repleta de sentidos.
    A palma é a larga via que se reparte em estreitos caminhos.
    Qual deles tomar?
    O curvo e incerto polegar?
    O que indica, mais ou menos, o colorido de uma flor?
    O médio ou anular que tanto nos leva às verdejantes copas ou ao escuro das sombras dos medos?
    O mindinho, o mais incerto caminho?
    Somos tão pequenos, tal qual ao inseto viajor.
    Ainda bem que a larga via, e os caminhos, colhem um luminosidade tal, que seria ela um farol?
    Há tantas incertezes e desconcertos.
    Se somos viajores nesse caminho-tempo, a mão não se fechará em triturante punho?
    Então! Que caminho tomar?
    Aquele dos riscos que agasalha todos os nossos sonhos?
    Mesmo diante das incertezas e desconcertos, eu arrisco, por esses roliços, estreitos e lisos caminhos.

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  2. hum, eu arrisco. nem acho tão difícil quanto isso, basta levarmos o nosso coração connosco e tudo é bem mais fácil (:

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  3. Impossibel is nothing :)

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  4. Sorvi, deliciando-me, o cometário que deixastes.
    Tudo não passa de canto das almas.
    E é tão prazeroso quando esse canto ressoa no íntimo de outras almas, e desse encontro fluem estrias de luz.
    Aqui também há cantos, e cantos de uma bela alma que busca a si, e nessa busca reparte a luz que tem.

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