29.7.13

Âncoras




Ah, que alívio. Sabe tão bem. Sim, já consigo respirar fundo outra vez.
Abraçam-se, deixam-se ficar por segundos naquela fusão, alheios ao que está ao largo.

É o respirar fundo, aquele respirar que os salva do afogamento eminente. É aquela ancora que os mantém à tona. Naquele momento nada mais existe, pára o tempo e o espaço não é mais do que eles, abraçados.

Senti tanto a tua falta. Eu também. Parecia que nunca mais te ia ver, sentir, tinha a sensação que tinha sido a última vez. É sempre, é sempre igual, cada despedida de ti é como se fosse a última, e fica esta agonia, esta falta de ar. Mas agora posso abraçar-te e respirar fundo. Ah que alívio. Sim, um alívio sempre que te abraço e respiro fundo novamente. Aquele aperto constante desaparece. Sinto-me completo.

Abraça-me para sempre. Abraço. Não me largues mais. Não largo, vou estar sempre aqui. Não vou deixar que não estejas, estamos ancorados um no outro. Sim, estamos, a minha âncora será tua. O meu barco será o teu porto de abrigo.

Não iremos naufragar. Não. Vamos continuar a navegar assim, abraçados. Sim, abraçados. Para sempre. Para sempre.



E aquele abraço durou toda a eternidade.

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