Gosto de te olhar assim debruçada no parapeito, como quem vê quem passa. Só que não passa, nada passa a esta hora, e em qualquer hora de todas as madrugadas que conheceste.
Mas gosto de te ver assim, já te disse não já, pois já, gosto de me repetir, de te repetir mais precisamente, com esse ar de quem não quer saber de nada, de quem se está nas tintas.
E aprecio-te. Deste lado que ninguém me vê, sou invizivel para ti, e gosto de o ser assim, porque gosto de ti assim.
Eu sei, eu sei, já me estou a repetir outra vez, mas gosto, cada vez que repito é como cada vez que me venho, até ao encontro dessa mulher descontraída, que todas as noites aparece naquela janela, sob a madrugada, sob o luar.
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