A música tocava ao longe, e ele permanecia ancorado, olhando aquela rapariga sem entender o porquê nem como ela o prendia daquela forma tão particular.
Ela até nem é assim tão bonita, pensou. Mas aqueles olhos, há qualquer coisa nela, o que é que esta miuda tem.
Eda sorria, finalmente sorria abertamente, depois de tanto tempo fechada sobre si mesma. Estavam sentados na mesa do café, e conversavam animadamente sobre os planos que tinham para a noite do fim de semana que se aproximava.
Não era a primeira vez que a via naquele café, e desde o primeiro dia que se sentiu preso àquele bem estar.
Tenho de arranjar maneira de meter conversa, tenho de descobrir quem é ela. Tenho a sensação que já a conheci em algum lugar.
Artur, então, estás bom pah. Dá cá um bacalhau.
Então, tudo bem, senta-te.
Já chegaste há muito, pah desculpa lá o atraso, é que vim de autocarro e apanhei muito trânsito.
Não, cheguei há uns dez minutos, mas já foi o suficiente para ficar preso àquela miuda ali, estás a ver, aquela morena sempre a rir-se, sentada com aqueles dois rapazes, já não é a primeira vez que a vejo aqui, e nunca está com namorado. A míuda tem cá uns olhos, já viste.
Eh, espera, eu conheço-a. Eda. Oh Eda. Então, ao tempo miúda, que é feito de ti que já não te vejo há tanto tempo. Olha, este é o Artur o meu amigo.
Prazer.
Igualmente.
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