23.2.15

Preso



Desceste aquela rua toda aperaltada. Querias que te vissem. Querias que te olhassem. E viam. E olhavam-te com atenção. Pois que nela tu te passeavas. Qual pavão de cauda aberta.

Soberba descida da calçada, digo-te. Soberba passada sobre essas alturas que te mantinham lá no cimo da vaidade. Sublime.

As peixeiras comentavam, mandavam bocas, Olha a vaidosa, deves querer pouco deves. Mas a ti essas palavras só te inchavam ainda mais. Crescias a cada passo. A rua inteira parava para te olhar. As peixeiras davam encontrões aos maridos, nos intervalos das bocas e dos pregões.

E essa saia. E essas pernas destapadas. Que rasgos de loucura andante.


Fiquei preso. Claro. Toda a gente ficou... 

4 comments:

  1. É o que faz ser irreverente :)

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  2. R: na realidade grande parte era sobre os sofistas, descates, hume e kant sobre o empirismo... por isso não era subjetivo. Já li várias passagens d' O Mundo de Sofia aliás ajudou-me a estudar para o teste só que os textos que lá estavam (no teste) não faziam muito sentido.
    Mas já estou menos preocupada, porque já está feito.
    beijinhos ;)

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  3. Comigo resulta muito bem a parte do entender 'porquê', concordar ou não concordar com determinada 'teoria' ou ponto de vista.

    O Mundo de Sofia, adorei a história, lê pelo prazer da leitura, sem o objectivo de estudar..

    E de certeza que vai ser uma boa nota ;)

    Beijinhos

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