31.8.15

Onde



Lá longe na margem do horizonte lembro-te, recordo-te.
Lá longe no horizonte, naquela margem de lembranças pequenas, sem palavras, revejo-te.

Adiante no tempo, não constam sonoridades estranhas, apenas a melodia do teu sorriso.
O compasso do teu abraço apertado, o último, aquele em que tudo ficaria bem, em que tudo estaria como sempre foi.

E não te foste se não que para o meu lado, desse lado da varanda, de onde este horizonte não cabe na memória da carne.

Para onde te foste, levaste-me.

Sei a tua presença, reconheço a tua imagem em qualquer recanto da memória.

Sei de cor cada nota tua. Só não te sei a voz. Essa tua voz que se transformou em melodia de cordas.

Só tu e a tua presença.

Sei que estás. Como prometeste.

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