27.7.13

Desconhecidos




Ainda te sinto por baixo dos meus lençóis de carne, ainda te sinto a respirares-te assim intensamente. Vamos ser para sempre. Mas para sempre parece-me tão pouco. Mas seremos eternos, mesmo que tudo isto não passe de apenas uma memória.

Eu vou lá estar, eu quero lá estar quando precisares de mim. E eu quero que estejas.

Sim, estarias se não tivesses partido. Mas incrivelmente ainda te sinto, por de baixo de todas as minhas camadas, dentro dos meus ossos. Respiras-me, trespassas-me com esse olhar.

Lembras-te de quando não nos tocávamos. Sim, não passavamos de dois estranhos com vontade de se conhecerem. E depois tudo mudou. Pois mudou. Tu abraçaste-me, encostaste o teu peito ao meu, e tudo mudou. Sim, o teu cheiro entranhou-se em mim, o teu cheiro fica sabes. E eu mergulhei nos teus olhos, e desde esse instante que não te conheço senão assim, mergulhada em ti, contigo nessa forma que só eu sei, dentro dessa aura que só eu vejo.

Também te sinto sabes, não há um único dia que não me recorde desses olhos perfurantes, dessa luz com que ficavas. Adormeço contigo na cabeça, e acordo com o teu cheiro por todo o meu corpo.



Ficamos assim então. Sim, ficamos. Ficamos como sempre fomos. Como sempre fomos. Sim, dois desconhecidos que se conheceram demasiado bem.

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